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Conheça o vereador de SC eleito para o 11º mandato consecutivo

Nirdo Artur Luz, o Pitanta, soma 44 anos como vereador e se prepara para entrar no livro dos recordes

O nome próprio, Nirdo, já não é muito comum. O apelido, Pitanta também gera dúvidas na hora da pronúncia. Por muitas vezes, ele teve que explicar que se chamava Nirdo, com “r”, e Pitanta, com “t” e não pitanga, a fruta. Mas isso fora de Palhoça, cidade da Grande Florianópolis onde nasceu e cresceu.

No município ele é muito conhecido, e identificado como o grande campeão de votos nas urnas. Com o pé no 11º mandato, Nirdo Artur Luz, o Pitanta, bate recorde de político há mais tempo no cargo de acordo com a União de Vereadores do Brasil (UVB): 44 anos consecutivos.

– Estou indo para o Guinness Book, um fato inédito no Brasil, pois não existe nenhum outro que irá completar 48 anos como vereador. É uma vida – orgulha-se o palhocense nascido na Barra do Aririú, filho de Artur Joaquim da Luz e de Natalina Martins da Luz.

Casado e pai de três filhos, Pitanta conta que deve a dona Natalina a primeira eleição, em 1976, na época com apenas 20 anos:

– Não pedi um voto sequer, quem me elegeu foi minha mãe, servente numa escola. A cidade era muito menor do que hoje e conquistei 295 votos. Depois veio a segunda eleição, e de novo ela foi a cabo eleitoral que conseguiu 90% dos votos – recorda.

Oito anos depois, tinha pego gosto pela coisa e decidia largar a barra do vestido da mãe, para fazer da política o meio de vida.

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– Não acho que isso seja errado. Trabalho duro, recebo 10 pessoas por dia no gabinete, e até em casa. Sou educado com o eleitor, trato bem as pessoas. Se me pedem meia dúzia de bananas, dou um cacho. Errado é se eleger e não trabalhar, e por isso não se reelegem – diz.

Pitanta reage quando alguém insinua que ele tem pode ter voto pela força da sigla, já que ele se elegeu pela velha Arena, migrou para o PFL, esteve no Democratas e agora está no PSD.

– A sigla ajuda, mas se o candidato não for bom não adianta nada – resume.

Pitanta e a Câmara Municipal têm um casamento. Mas o melhor momento vivido na política foi em outro lugar:

– O meu grande momento foi em 2013, quando assumi a prefeitura de Palhoça por seis meses.

“O eleitor quer é trabalho por parte do político”

Mas nem tudo foi um mar de calmaria. As mais de quatro décadas no mundo político foram marcadas por uma polêmica que ganhou o noticiário nacional: a contratação de um suposto gogo boy para animar uma festa em homenagem as servidoras do município pela passagem do Dia da Mulher. Pitanta chegou a ter os bens bloqueados pelo Ministério Público, mas sempre negou que tivesse usado dinheiro da prefeitura e pagar pela presença do rapaz:

– Quando cheguei à festa, às duas da madrugada, para entregar as flores para as mulheres, fui surpreendido com um modelo fotográfico. Mas provei que não paguei nada, a não ser as 800 rosas que comprei com dinheiro do meu bolso. Aquilo foi picuinha da política – diz.

Pitanta também conseguiu provar inocência no Caso Pedrita. Nas duas vezes que foi julgado pelo Tribunal Regional Eleitoral foi absolvido da acusação. No episódio, um funcionário do gabinete teria sido flagrado espalhando uma carrada de barro na Enseada de Brito, em horário do expediente.

Pitanta já tinha sido absolvido em primeira instância, mas o MP recorreu da sentença ao Tribunal Regional, que também absolveu o vereador, em junho de 2018, por sete votos a zero. Assim como da denúncia do Ministério Público no caso de um cheque envolvendo a Apae do município, onde conseguiu dar prosseguimento à vida política com tranquilidade.

– O eleitor não quer saber dessas coisas, o eleitor quer é trabalho por parte do político – argumenta.

Campanha com coronavírus e longe dos eleitores 

Pitanta acredita que a boa saúde venha do gosto pelo que faz. Mas nesta eleição teve um baque: foi diagnosticado com Covid-19, e precisou ir para a UTI de um hospital. Reagiu bem, teve alta e continuou o isolamento em casa até retomar a campanha.

O resultado foi o melhor possível: recebeu 2.222 votos, o campeão das urnas em Palhoça. Para ele, o distanciamento não pesou muito. Isso, diz, pelo fato de o eleitor saber quem é um político que prima pelo trabalho e não se nega a atender a necessidade do povo, “seja a que for”. Quando é perguntado sobre como pretende atuar nos próximos quatro anos que os colocarão no Livro dos Recordes, responde:

– Tenho que fazer um hospital em Palhoça.

fonte:https://www.oesteemfoco.com.br/noticia/

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