Vamos juntos começar a reescrever um novo caminho para o nosso país.
Por Herval Sampaio e Joyce Morais
Não é questão de discutir sobre as manobras do Senado Federal e da Câmara dos Deputados que destruíram o pacote anticorrupção e que pode inclusive haver aprovação de outras medidas em substituição às originais, talvez pior do que as já publicizadas. E nem mesmo agora, a própria decisão do STF que nos deixou triste quanto à eficácia da prestação jurisdicional http://www.novoeleitoral.com/index.php/en/opiniao/herval/1861-decisao-stf-descumprimento-judicial-inaceitavel
Não é questão de falar sobre a tentativa de retaliação e intimidação ao Poder Judiciário e aos membros do Ministério Público, por parte de parlamentares envolvidos em escândalos de corrupção, que estão sendo investigados, denunciados e podem ser punidos.
Não é questão de analisar sobre o fato de que deputados e senadores no lugar de estarem defendendo os interesses da República, estão trabalhando para que seus pares não sejam condenados, e escapem ilesos dos crimes que cometeram contra a administração e contra cada um de nós.
Não é questão de discorrer sobre o buraco que a Força-tarefa da Lava Jato está cavando e a cada pá retirada encontramos mais sujeira, mais gente envolvida, mais crimes cometidos, robustecida com uma delação que envolve 11 partidos e mais de 50 políticos, de todos os lados e tendências. http://www.novoeleitoral.com/index.php/en/noticias/sociedade/1866-delacao-vazada
Não é questão de tratar sobre os bilhões de reais lavados por nossos políticos e empresas desonestas, que fraudam licitação e são contratadas com valores acima do mercado, e nem sobre as cifras que – infelizmente – ainda são desviadas todos os dias, em todo o país.
Sim, tudo isso é muito grave. Pode e deve ser combatido. Mas a questão agora é sobre questionar as atitudes de cada um de nós, cidadãos, no combate à corrupção e à impunidade, pois esse jogo de transferir a responsabilidade tem que acabar.
Um texto bastante interessante, de autoria desconhecida, corre pela internet desde meados de 2010 e interroga o cidadão sobre sua honestidade. Quantas vezes reclamamos dos nossos políticos, mas cometemos no nosso cotidiano atitudes desonestas e que prejudicam os outros?
Vejamos o texto intitulado “De onde vem a corrupção?” diz sobre isso:
“Tá reclamando do Lula? do Serra?
Do Fernando Henrique?
Do Aécio?
Do Cunha?
Da Dilma?
Do Arruda?
Do Sarney?
Do Collor?
Do Renan?
Do Palocci?
Do Delúbio?
Da Roseane Sarney?
Dos políticos distritais de Brasília?
Do Jucá?
Do Kassab?
Dos mais 300 picaretas do Congresso?
Brasileiro Reclama de Quê?
O Brasileiro é assim:
1. – Saqueia cargas de veículos acidentados nas estradas.
2. – Estaciona nas calçadas, muitas vezes debaixo de placas proibitivas.
3. – Suborna ou tenta subornar quando é pego cometendo infração.
4. – Troca voto por qualquer coisa: areia, cimento, tijolo, e até dentadura.
5. – Fala no celular enquanto dirige.
6. -Trafega pela direita nos acostamentos num congestionamento.
7. – Para em filas duplas, triplas em frente às escolas.
8. – Viola a lei do silêncio.
9. – Dirige após consumir bebida alcoólica.
10. – Fura filas nos bancos, utilizando-se das mais esfarrapadas desculpas.
11. – Espalha mesas, churrasqueira nas calçadas.
12. – Pega atestados médicos sem estar doente, só para faltar ao trabalho.
13. – Faz “gato” de luz, de água e de TV a cabo.
14. – Registra imóveis no cartório num valor abaixo do comprado, muitas vezes irrisórios, só para pagar menos impostos.
15. – Compra recibo para abater na declaração do imposto de renda para pagar menos imposto.
16. – Muda a cor da pele para ingressar na universidade através do sistema de cotas.
17. – Quando viaja a serviço pela empresa, o almoço custou R$ 10 pede nota fiscal de R$ 20.
18. – Comercializa objetos doados nessas campanhas de catástrofes.
19. – Estaciona em vagas exclusivas para deficientes.
20. – Adultera o velocímetro do carro para vendê-lo como se fosse pouco rodado.
21. – Compra produtos pirata com a plena consciência de que são piratas.
22. – Substitui o catalisador do carro por um que só tem a casca.
23. – Diminui a idade do filho para que este passe por baixo da roleta do ônibus, sem pagar passagem.
24. – Emplaca o carro fora do seu domicílio para pagar menos IPVA.
25. – Frequenta os caça-níqueis e faz uma fezinha no jogo de bicho.
26. – Leva das empresas onde trabalha, pequenos objetos como clipes, envelopes, canetas, lápis…. Como se isso não fosse roubo.
27. – Comercializa os vale-transporte e vale-refeição que recebe das empresas onde trabalha.
28. – Falsifica tudo, tudo mesmo… Só não falsifica aquilo que ainda não foi inventado.
29. – Quando volta do exterior, nunca diz a verdade quando o fiscal aduaneiro pergunta o que traz na bagagem.
30. – Quando encontra algum objeto perdido, na maioria das vezes não devolve.
E quer que os políticos sejam honestos…
Escandaliza- se com a farra das passagens aéreas…
Esses políticos que aí estão saíram do meio desse mesmo povo ou não?
Brasileiro reclama de que, afinal?
E é a mais pura verdade, isso que é o pior! Então sugiro adotarmos uma mudança de comportamento, começando por nós mesmos, onde for necessário!
Vamos dar o bom exemplo!
Espalhe essa ideia!
‘Fala-se tanto da necessidade de deixar um planeta melhor para os nossos filhos e esquece-se da urgência de deixarmos filhos melhores (educados, honestos, dignos, éticos, responsáveis) para o nosso planeta, através dos nossos exemplos…’
Que tal pensar um pouco nisso?”
A política é apenas espelho do seu povo!
http://www.novoeleitoral.com/index.php/en/opiniao/herval/1522-merida
http://www.novoeleitoral.com/index.php/en/opiniao/herval/1126-mudanca
Em 1988, a Rede Globo produziu uma telenovela escrita por Gilberto Braga intitulada Vale-Tudo, e uma de suas cenas* ficou marcada pelo viés didático e honesto que possuiu: a personagem Maria de Fátima, vivida pela atriz Glória Pires, tentava subornar seu avô, Salvador, vivido pelo ator Sebastião Vasconcelos.
A cena, que tem quase trinta anos, parece trazer uma visão profética da triste situação que vivemos atualmente. Nela, Maria de Fátima tentar convencer o avô, que é funcionário da Aduana em Foz do Iguaçu-PR, a fazer vistas grossas com o contrabando de videocassetes trazidos do Paraguai por um colega. O avô então rebate afirmando que a corrupção existe porque muitas pessoas a consideram normal, que a corrupção é uma bola de neve e “quem é conivente também é responsável”.
E isso nos alerta ao fato de que todo mês a arrecadação tributária bate recordes, mas muito pouco é revertido em favor da população. O problema disso se chama falta de fiscalização. Você fiscaliza os seus representantes? Preocupa-se em pesquisar sobre propostas e sobre a ficha do candidatos antes de votar nele? Cobra as suas promessas de campanha? Mobiliza-se diante desses tristes episódios da política brasileira?
Domingo passado, 04 de dezembro de 2016, tivemos mais um manifesto da sociedade em diversas capitais do país e no Distrito Federal. Dessa vez em contrariedade à forma como foi aprovado o pacote anticorrupção e às tentativas de retaliação, pelo Congresso Nacional, ao Poder Judiciário e ao Ministério Público. Assim como em apoio a estes órgãos e em especial, ao Juiz Federal Sergio Moro, pedindo ainda a saída desse patético político Renan Calheiros. Hoje, fala-se de outra manifestação, desta feita contra o STF, só para citar algumas.
Vamos mostrar a todos os políticos e demais autoridades que somos nós quem os colocamos lá e com a mesma legitimidade podemos retirá-los, mesmo os concursados e que entraram de forma constitucional nos Tribunais. Além de possuírem o dever de zelar pelos nossos direitos e interesses, eles nos devem respeito! E este é o que mais nos falta nesse momento.
A Constituição Federal assegura a voz, a força e o poder do povo brasileiro e sua vontade soberana. Essa situação pode ser mudada! Como autores da nossa própria história, vamos juntos começar a reescrever um novo caminho para o nosso país, livre de corrupção e impunidade, de quem quer que seja, pois se continuarmos com paixões partidárias, pessoais e conivência de um modo geral com os corruptos e os que acordam interesses não republicanos, os nossos filhos, netos serão crucificados sem poderem mais agir, pois os atos ou omissões de hoje podem, sem sombra de dúvidas, deixar as gerações futuras sem qualquer opção.
E nós, nesse exato momento da quadra histórica, ainda temos esperança de mudança, contudo temos que começar agir, deixando a passividade de lado, extirpando, de uma vez por todas, a transferência de responsabilidade, mobilizando-se em uma vigília indefinida quanto à correção de nossos atos, pois só assim teremos no futuros os políticos e autoridades que verdadeiramente defenderão os interesses da coletividade, pois os atuais, em sua grande maioria, estão igualzinho a nós, aceitando todo tipo de acordo para salvaguardar os nossos interesses, enfraquecendo a nossa sociedade.
Então, nos toquemos, só teremos políticos e autoridades que “de boca” queremos, se nós mudarmos antes. Simples de entender, difícil de realizar, pois a mudança essencial são para poucos e a grande batalha é provocar a mudança para muitos, não pensando em nós, mas sim nos que virão, pois estes têm que ter pelo menos opções para seguirem as suas vidas e do jeito que a coisa anda, se não mudarmos, não deixaremos nenhuma.
É justo que as futuras gerações fiquem encruzilhadas pelos nossos atos?
Pensemos mais nos outros e menos em nós, pois só assim mudaremos de fato os tristes acontecimentos que nos rondam hoje!
*Assista a memorável cena de Vale Tudo através do link https://www.youtube.com/watch?v=zBC12tzoXkM&app=desktop , vendo que naquela época já podíamos ter feito a nossa parte e como não fizemos, estamos piorando cada vez mais e a tendência também é infinita, logo a mobilização e vigilância devem ocorrer no mesmo passo, pois só assim, trinta anos para frente, não terão outros autores contando essa mesma história!