Um jogo de cartas marcadas é assim que classificamos a reunião virtual promovida ontem (16) pelo presidente do TSE com os presidentes do Senado Federal, da Câmara dos Deputados, médicos e líderes partidários no Congresso Nacional.
Reiteramos que esses representantes afrontam a democracia, quando insistem em eleições no ano de 2020, em plena pandemia COVID-19. Os médicos consultados não garantiram que em novembro ou dezembro o surto da pandemia já esteja afastado e o povo poderá sair do distanciamento social e enfrentar as filas nas urnas de todas as cidades do país. Afrontam a democracia, pois o eleitor não terá a oportunidade de conhecer as propostas dos candidatos, já que a campanha eleitoral, tem um calendário a ser seguido e o isolamento social está longe de findar.
Reiteramos que o adiamento das eleições para 2021 ou 2022 é uma questão de saúde pública e preservação da vida, bem como, uma economia significativa aos cofres públicos.
Repudiamos a argumentação de aumentar o tempo de TV. Tal medida não atingirá nem 2% do eleitorado brasileiro, assim como, Repudiamos a realização das convenções por meio virtual, considerando que mais de 1.500 municípios são carentes de acesso à internet.
Lamentamos que os líderes políticos e os representantes da justiça eleitoral brasileira, não conheçam a realidade brasileira e se acham no direito de opinarem sem fundamento técnico. Suas palavras são opiniões vazias de quem realmente não quer saber a situação dos municípios e sua gente.
Apelamos aos Ministros do TSE e aos parlamentares federais, que saiam dos gabinetes climatizados de Brasília e vão ao encontro do povo nas vilas, campos e cidades, para conhecer a vida e os desafios das pessoas que vivem em nosso país. Saiam dessa ficção em que vocês vivem e vão sentir os reflexos e as dificuldades do povo brasileiro em tempos de COVID-19. Se coloquem no lugar dos homens e mulheres que serão candidatos, o risco e o medo que estarão passando, assim como seus eleitores e familiares, isso é um crime que afeta a vida e o estado democrático de direito.
Fazer eleição em 15 e 29 de novembro, não vai mudar nada em relação ao risco sanitário. Então que se mantenha as eleições em 04 de outubro.
Senhores parlamentares federais, o que mais nos deixa indignados é a omissão de Vossas Excelências, que se calam diante das barbaridades ideológicas da justiça eleitoral, que esta promovendo uma desordem democrática em nosso país.
O país precisa da boa política e boa política é sempre aquela que vai ao encontro do pensamento da maioria. A maioria não quer e não deseja eleições em 2020. Sejamos um Poder do Povo e pelo Povo.
União dos Vereadores do Brasil – UVB
Brasília, 17 de junho de 2020.