Nova Iguaçu, no RJ, tem eleição mais acirrada para a Câmara Municipal. Em Curral Novo do Piauí (PI) e em Viçosa (RN), só um candidato não vai sair eleito em 2020.
Câmaras municipais mais disputadas em 2020 — Foto: Aparecido Gonçalves/G1
Em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, serão 448 candidatos para 11 vagas na Câmara Municipal.
A Região Metropolitana do Rio tem 4 das 10 eleições mais disputadas para vereador. Completam a lista: São Gonçalo, com 39,4 candidatos por vaga; Japeri, com 35; e a capital, com 34,1.
Menos concorridas
Já Piauí, Rio Grande do Norte e Rio Grande do Sul dominam a lista das 10 eleições menos concorridas. Cada estado tem três cidades na lista.
Em Curral Novo do Piauí (PI) e em Viçosa (RN), a corrida eleitoral terá a inusitada situação em que apenas um candidato sairá perdedor. Isso porque serão 10 concorrentes para 9 vagas.
Câmaras municipais menos disputadas em 2020 — Foto: Aparecido Gonçalves/G1
Pequenas são maioria
A maior parte das Câmaras municipais tem o número mínimo de vereadores: 9. Isso porque as vagas são limitadas pelo tamanho da população e a maioria dos municípios brasileiros tem entre 10 mil e 20 mil habitantes.
Vagas nas câmaras municipais por cidade — Foto: Aparecido Gonçalves/G1
Por ser a cidade mais populosa, São Paulo tem o maior número de vereadores. Serão 55 vagas em disputa neste ano. O Rio aparece em seguida, com 51.
Maiores câmaras municipais do Brasil — Foto: Aparecido Gonçalves/G1
‘Falsa democratização’
O grande número e a variedade de candidatos não significa maior democratização das eleições, afirma o professor da Universidade Estadual do Norte Fluminense Vitor Peixoto. Isso porque os recursos de campanha e os votos continuam muito concentrados, explica o cientista político.
“A enorme desigualdade econômica da sociedade brasileira é reproduzida na arena eleitoral. Muitos candidatos com poucos votos e uma elite que realmente disputa as vagas”, afirma o especialista.
“Existe uma falsa ideia de democratização na disputa para vereador por ser muito inclusiva e ter muitos participantes de diversas clivagens sociais (classe, gênero, cor, religião, regiões, torcidas de futebol etc.), mas esconde o lado extremamente concentrado das disputas”, explica. “80% a 90% dos candidatos não conseguirão ultrapassar a barreira individual dos 10% do quociente eleitoral pra assumir uma vaga. Ou seja, serão subcompetitivos.”
De acordo com Vitor Peixoto, o grande número de candidatos é até prejudicial para o eleitor, pois aumenta o custo para obter informação sobre cada um. Além disso, como os partidos têm listas de candidatos muito grandes, o voto pode ir para um candidato que não é do interesse do eleitor.
“O número é muito excessivo. A longo prazo, acho que isso (a redução) vai ocorrer, com a diminuição dos partidos, a partir do fim da coligação eleitoral. A tendência é afunilar, para a gente ter capacidade cognitiva para tomar a decisão diante de tantos candidatos. A gente não sabe quais são todos os candidatos que estão na lista dos partidos.”