Se não a mãe de todos os males, é a ignorância humana a sua madrasta. Acredito que o segundo papel melhor lhe cabe, haja vista que todo homem sem condições de avaliar sua condição em sociedade, fora maltratado na infância, deva odiar o mundo e todos aqueles que nele vive.
Como principio natural de conduta fomos todos autorizados a agir conforme nosso livre arbítrio, e, somente quando buscamos evoluir, como seres pensantes que somos, é que passamos a ter consciência das barreiras normativas instituídas para regrar o necessário convívio social e fraterno. Na ignorância, própria ou induzida, não passamos de animais largados ao esmo da história, somos apenas animais agindo por mero instinto.
Dentro dessa situação dantesca, não rara as cenas de barbáries, recheadas de ódio, rancor e selvageria. Sem conhecer ideais e as causas coletivas pelas quais deve lutar, o homem deixa de ser homem, retorna a sua condição de primatas, cujo corpo é bombardeado a todo o momento por estímulos irracionais em sua maioria de autopreservação.
Agindo irracionalmente somos levados a cometer pecados de toda a ordem, deslizes de toda a natureza, o que para alguns é campo fértil para práticas predatórias e visando quase sempre a eliminação da concorrência. Distante da ignorância, a luz da racionalidade e de forma civilizada torna-se fácil reconhecer os lobos do homem, pois eles sempre o serão, independente da vestimenta e da situação, maiores, vorazes e impiedosos tanto com suas presas como com seus semelhantes, agindo seja em alcatéia sob a pífia bandeira da unidade ou mesmo em vôo solo, onde certamente se sentem mais a vontade.
Segundo ditos populares, é de longa data que o inferno esta lotado de boas intenções, principalmente das falsas, assim como de lideranças negativas, que não passam de ignorantes sociais, sempre tão prejudiciais ao desenvolvimento de um povo. É dessa leva de déspotas, desse modelo de líder impositor da sua vontade que todos estamos fartos.
Alegação de ignorância não elide o cumprimento das normas instituídas por mecanismos seculares válidos, mas são atitudes próprias de pseudos democratas de pensamento radical e fundamentalista. Em assim agindo, como desrespeito, maculando direitos de liberdades individuais como se não existissem ou como se estas fossem condição acessória da vida do cidadão, cometem a reprovável conquista pela força do poder em detrimento ao exemplo da liderança positiva através do exemplo.
Nosso país ainda é um Estado de Direito, uma Democracia cujos princípios são de primeira grandeza, não havendo nada que se assemelhe no mundo, o que todos devemos exaltar. O que ainda não aprendemos, ao que tudo indica, é reconhecer os ignorantes e tão pouco outorgar-lhes poder algum de representação popular, mas essa é uma longa caminhada de crescimento da nação que todos nós deveremos trilhar juntos.
André y Castro Camillo, Advogado e Consultor Jurídico UVB.