“Muitos me questionaram nos últimos dias: e aí, vai renunciar? Mas será que fica bonito eu andar de mão dada com vereador, fazendo de conta que tá tudo bonito, mas chega aqui, o pau tá ‘trovejando’?”, rebateu, se referindo as críticas contínuas que vem recebendo dos parlamentares da base do Executivo na Tribuna da Casa.
“Quando um relacionamento não está bem, não adianta querer ficar levando com a barriga que é pior. Tenho certeza que a minha parte fiz até dia 31 de dezembro do ano passado. Mas infelizmente aqui em Cacoal, tem esta interferência do Judiciário. Fiz minha Carta de Renúncia, mas ouvi a parte técnica da Casa, e irei renunciar somente depois que os servidores da Casa receberem os seus salários”, complementou.
Orientação técnica
Em sua fala, Pichek explanou também que, de acordo com a orientação técnica repassada à ele, se renunciasse hoje (conforme a decisão judicial que determinou que ele ocupasse a Presidência interinamente), os servidores do Legislativo poderiam ficar com os salários atrasados até 15 dias. Não porque o presidente substituto vereador Magnison Mota, atual vice-presidente iria “travar”, esclareceu, e sim porque existe todo um processo administrativo, citando como exemplo, o cadastramento no Banco que efetua o pagamento dos servidores, e o prazo para que a Agência reconheça o novo ordenador de despesas e posteriormente, informe ao Tribunal de Contas (TCE), e somente após isso, libera o sistema de pagamento dos salários.
“Portanto, se eu renunciasse hoje não seria um covarde comigo, e sim com os mais de 100 servidores desta Casa”, reforçou, relembrando que o presidente da Casa, não é somente para presidir Sessões, é também ordenador de despesas, portanto, além do pagamento dos salários, reajuste e recomposição salarial, administra todas as despesas da Casa.
“Mas assim que o salário estiver na conta, irei renunciar. Até porque está mais que provado, não vou ficar apanhando de vereador. Se houvesse a mesma harmonia que tivemos até antes do anúncio da Eleição da Mesa Diretora, tudo bem, mas pra mim, infelizmente, não dá mais”, retomou, observando que não vê vitória alguma do grupo de oposição, pois ninguém conseguiu provar nada contra o vereador que busca a Presidência.
Ainda em seu discurso, Pichek frisou que permanecerá no cargo de vereador não com papel de omisso que nunca lhe coube, e sim com o de seguir fiscalizando e legislando em favor da população, e continuará com a postura de não usar a Tribuna para tripudiar colegas.
“Tenho a consciência tranquila, e não vou voltar atrás. E entregando a Presidência, não saio pela porta dos fundos, saio pela porta da frente porque não devo nada que pese na minha consciência”, resumiu.