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Autismo em pauta: um chamado à sensibilidade e responsabilidade do Legislativo

 

Por Christiane Disconsi

No dia 22 de abril, durante a XXIV Marcha dos Gestores e Legislativos Municipais, o painel “A Complexidade do TEA e as Especificidades dos Teanos”, conduzido pelo pesquisador internacional e autor Oswaldo Freire, emocionou os participantes ao jogar luz sobre um dos maiores desafios de saúde pública e inclusão social da atualidade. Com mais de mil páginas dedicadas ao tema em seu livro “O Desafiante Mundo do Autista”, Freire trouxe dados impactantes e, acima de tudo, um apelo humanizado ao Legislativo Municipal: é preciso compreender para legislar com propósito.

Segundo o especialista, 97% das causas do Transtorno do Espectro Autista (TEA) são genéticas, muitas vezes ligadas mais à carga genética paterna do que materna, incluindo mutações genômicas, ausência de ácido fólico e fatores ambientais. Ainda assim, 52% das gestantes não fazem pré-natal adequado, o que agrava o cenário. Com base em estimativas da OMS, mais de 100 milhões de pessoas no mundo estão dentro do espectro — número que reforça a urgência de políticas públicas específicas e permanentes. “Os autistas amam a rotina, porque ela traz previsibilidade, segurança e regulação sensorial. Precisamos de ambientes pensados para isso”, destacou Freire.

Além da questão médica e comportamental, Freire trouxe também uma dimensão social profunda: muitos pais abandonam os lares após o diagnóstico do filho, o que torna ainda mais difícil o acolhimento e o tratamento. Nesse contexto, o papel dos legisladores é vital. Garantir leis que incentivem o diagnóstico precoce, o acesso ao tratamento multidisciplinar e a formação de professores e servidores públicos sobre o tema não é apenas um dever institucional, mas um compromisso com a cidadania. O painel foi um convite à empatia e à ação, reafirmando que as Câmaras Municipais têm o poder de transformar o cotidiano de milhões de famílias brasileiras.

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