Venha comigo. Agora é o momento das perguntas. Apenas responda.
Nos últimos doze meses, quantas vezes usastes a tribuna?
Quantos projetos de lei elaborastes ? Quantos destes foram aprovados?
Na rua, como homem do povo, quantas visitas fizestes ? Estivestes em alguma empresa? Circulou na comunidade escolar da cidade, periferia e interior? No universo da comunicação, que sinais emitistes? Nos últimos dois anos, quantas vezes fostes foco de pauta ou de entrevista do jornal da cidade? Concedestes alguma entrevista em rádio nos últimos 180 dias?
Nos últimos dois anos, circulas, visitas e aparece nas redes sociais? De que forma estás utilizando tais ferramentas? Tens melhorado tua forma de falar na tribuna? Tens te preocupado em estar com roupas adequadas aos eventos que és convidado? Fizestes alguns cursos nos últimos dois anos envolvendo oratória, comunicação, internet, administração pública ou legislação?
Nas tuas andanças, tens conversado com os padres, com os pastores, com os bispos, com os babalorixás? Ouvistes professores, militares, médicos, policiais civis, servidores e colegas de trabalho? Estivestes nos clubes de serviços, nos sindicatos, nas associações de bairros? Fostes tomar um café em alguma secretaria do governo? Ouvistes os teus companheiros de partido?
Questionastes os teus colegas do campo oposto sobre alguma dúvida dos projetos por eles apresentados? Voltastes ao botequim da esquina depois da última eleição? O time de futebol dos
craques do bairro, por acaso, te viu na arquibancada nos últimos dez ou quinze jogos?
Caso você não tenha conseguido responder afirmativamente a metade das perguntas feitas aqui, só posso sugerir a ti uma mudança radical de postura e comportamento. Cuidado, vereador, estás correndo o risco de entrar no “terceiro turno” da eleição de 2016.
O terceiro turno é o momento que o político, após a eleição, te liga, marca um café, entra na sala, fecha a porta e, com os olhos perdidos no ontem, te pergunta: “Por que eu perdi as eleições!?”
Cuidado! O terceiro turno surge da confiança em excesso originada da vaidade, que ilude. O espelho anda cegando muita gente.
É a hora, urgente, da sola de sapato, da capacidade humilde de saber ouvir. É o despir-se das certezas que afoga a sensibilidade. É a hora de resgatar o que te fez elevado, a representatividade.
É o momento de fazer valer o que te faz nobre, o sentimento do coletivo.
Boa eleição, um Brasil melhor começa por ti!
Adriano Mazzarino
Jornalista e bacharel em Direito