por: Herval Sampaio |
Resolvi há algum tempo atrás levar essa temática como palestra para todo o Brasil[1] por acreditar que somente a conscientização de nosso povo sobre a valorização de seu voto e efetiva participação política permanente poderá tirar a nossa política do verdadeiro caos que se encontra.
E aí a pergunta o que o vereador que é um político tem a ver com isso?
Tudo, primeiro porque os próprios políticos devem ajudar a resolver esse problema, que apesar de não ser somente deles, como venho batendo nessa tecla (A mudança só virá de fato quando nós nos tocarmos da origem de tudo e resolvermos fazer a nossa parte!), também deve ser solucionado por eles e nessa linha de pensar, tudo começa pelo vereador, o político indiscutivelmente mais próximo do povo e que mudando substancialmente poderá ser um dos agentes mais fortes nessa luta desigual contra o poder em seu sentido mais amplo, não o do povo como previsto em nossa Carta Magna, mas o poder econômico, poliqueiro e de politicagem, político desvirtuado dos interesses coletivos, ou seja, um poder pelo poder como venho denunciando insistentemente e que teimamos em não querer mexer nele (A banalização do uso da máquina estatal em favor do clientelismo eleitoreiro). E olhe que perdemos uma grande oportunidade agora, fazendo uma reforma que não reforma e muitas vezes deforma o atual sistema, mantendo o status quo atual e prestigiando os que têm mandato.
Desta feita, entendemos que se o vereador mudar, o povo pode mudar junta com ele, contudo, não é fácil tão missão, justamente porque pensamos que a mudança deve acontecer em duas fases muito claras e distintas, contudo interligadas e é aí que reside o principal problema: uma fase puxa a outra, que se auto condicionam e faz com que mantenhamos um círculo vicioso e pernicioso.
Vamos a elas: primeiro, o vereador ou candidato a vereador em sua grande maioria tentar adquirir o mandato por meios ilícitos, comprometendo-se, desde já, com esse sistema, pois ao invés de tentar conquistar o voto do eleitor da forma constitucional e que se espera de quem terá compromissos com os interesses coletivos, busca o modo mais fácil, comprar a consciência do eleitor e buscar o seu compromisso pela mercância.
E o povo se acostumou com esse “modus operandi” porque com tal método de se dá bem individualmente falando a sociedade padece, quando na verdade quem devia se dá bem era todos nós como coletividade e nesse pensamento egoísta, vamos realmente definhando a cada dia.
Então nessa primeira fase se vê o comprometimento do vereador ou postulante de tal modo que a segunda fase, a do exercício do cargo, já está totalmente atrelada à primeira, fazendo com que todo o seu desempenho parlamentar seja compromissado com seus interesses pessoais, não republicanos e que tanto males causam a sociedade (Os males da corrupção eleitoral para a sociedade).
São raros os casos, infelizmente, em que temos vereadores independentes dessa estrutura de poder pelo poder, em que já no início do mandato, mais uma vez se comprometem, podendo ser mencionado aqui, como regra geral, que muitos vereadores já passam direto para bancada do governo para receberem o poder de indicar pessoas para exercício dos cargos comissionados (A banalização do uso da máquina estatal em favor do clientelismo eleitoreiro), logo não têm liberdade alguma, como o povo, para votarem no interesse coletivo, porque justamente se venderam, também como o povo, ao poder. Qual vereador terá realmente isenção para votar contra um projeto do governo, quando tem nesse mesmo governo, uma enxurrada de cargos comissionados?
As missões nobres da vereança ficam comprometidas, em especial, a mais importante hoje no cenário atual, qual seja, a de fiscalização, pois como o vereador fiscalizará o prefeito com a independência que deveria ter, se acaso denunciar algo ilícito, perderá de imediato a “boquinha” como se diz dos cargos que têm no governo.
É uma situação que infelizmente é regra geral e se porventura passasse, pelo menos a ser exceção, porque ser extirpada talvez seja impossível, teríamos uma melhora substancial em nossa política e que influenciaria diretamente o próprio povo tão desacreditado nesse momento.
Agora para tudo isso acontecer teríamos que ter primeiro a valorização dos vereadores que sequer têm dimensão de seu poder e importância no cenário nacional, pois todos os outros políticos deles dependem, justamente por essa proximidade que têm com os eleitores e que os identifica como os mais importantes.
Entretanto, na realidade os vereadores por não terem conhecimento dessa peculiaridade ou por outro motivo que desconhecemos, são, na grande maioria, subservientes aos demais políticos e quando estes chegam em sua cidade, correm feito “corderinho” como se diz e perdão pela expressão da palavra fica “babando” os governadores, senadores, deputados federais e estaduais, que também na maioria dos casos, sequer sabem o nome dos vereadores, pois estes só são importantes para os demais políticos citados quando das eleições, em que os vereadores são cabos eleitorais e agora comprando os votos no atacado, nova modalidade inventada justamente porque a maioria dos políticos literalmente compram os seus mandatos e o processo eleitoral como um todo é um negócio, como muito bem nos demonstrou o juiz Marlon Reis em seu livro Nobre Deputado.
Nesse diapasão, devem os vereadores se unirem, porque outra realidade é a patente desunião da classe, que dificilmente consegue se estruturar ao ponto de um ou outro pela união conseguirem voos mais altos na política, logo a saída também pela passa pela agregação de fortalecimento da categoria pela valorização em si e a demonstração do respeito necessário que se deve impor aos demais políticos, pois na prática, não tenho a menor dúvida, de que os vereadores dependem muito menos dos demais políticos, do que estes dos vereadores, já que suas eleições estão diretamente ligadas ao apoio da maior quantidade possível de vereadores.
Portanto, a valorização da categoria pela conscientização de sua importância atual e a tentativa de se livrar da estrutura de poder pelo poder, buscando a realização efetiva dos interesses sociais, são talvez as estratégias mais eficientes no de combate ao quadro de putrefação atual de nossa políticahttp://www.novoeleitoral.com/index.php/en/opiniao/herval/574-politicagemhttp://www.novoeleitoral.com/index.php/en/opiniao/herval/576-politicagem2 , justamente porque tais atitudes forçarão ao próprio povo uma mudança na hora das eleições, pois os vereadores não mais vão comprar os votos e aí a escolha se dará, pelo menos como regra geral, pelas efetivas propostas e eventuais serviços prestados, o que seria um avanço que poderia nos tirar da condição de países subdesenvolvidos.
E eu como um eterno sonhador da possibilidade do povo se revoltar com tudo isso e se conscientizar de que valorizando seu voto, as coisas mudarão, continuarei fazendo o nosso trabalho, através desse site e de nosso instituto, junto com meu parceiro de luta pela cidadania, Márcio Oliveira e agora com mais essa tática de conscientização, indireta, ou seja, através dos vereadores, como fizemos em nossa primeira fala em evento nacional em Fortaleza, minha cidade natal e na qual meu pai exerceu justamente a vereança e somente ela por 07 mandatos e mais de 30 anos, em um contexto totalmente diferente do atual, o que nos dá a esperança de que podemos vencer essa luta e para tanto estaremos indo nesses próximos dias a mais dois eventos nacionais aqui colocar a sua matéria e vídeo (Herval Sampaio e a importância do vereador para a política brasileira) e estaremos disponíveis para viajarmos Brasil afora levando essa fala da importância do vereador para retomada da política brasileira e como trabalho social que o é, sem cobrança de quaisquer honorários, pois diferente da maioria dos políticos, o que nos move nessa tarefa cívica educacional não são os interesses pessoais e muito menos financeiros e sim a crença de que nossa política pode cumprir seu principal escopo, servir à coletividade.
A política com a efetiva mudança de postura dos vereadores pode ser algo que faça a diferença na vida das pessoas e essa é a nossa maior esperança com esse trabalho, como se diz de “formiguinha”, logo basta entrar em contato com a gente pelo nosso site que levaremos essa fala dura e real que tem condições de dar dignidade ao povo brasileiro, cumprindo-se, pelo menos, os direitos mais básicos a que fazem jus.
[1] Tudo começou quando o vereador Presidente Gilson Conzatti da União dos Vereadores brasileiros (UVB) nos viu em uma fala no Estado da Paraíba, na cidade de Souza, convidando para que participássemos de um evento nacional em minha cidade, oportunidade que de plano aceitei, tendo havido total recepção de muitos vereadores, o que nos levou a continuar essa luta por todo o país e atualmente estamos sendo convidados a diversos eventos, como por exemplo, a marcha nacional dos Vereadores, também por convite de nosso Presidente, em que procuraremos conscientizar cada um dos edis sobre sua importância e essa missão é hoje parte de nosso projeto de levar cidadania ao povo brasileiro.