Não recolher fezes de pets pode render multa de R$ 150
— 14/08/2017Projeto de lei alerta para a consciência ambiental que os tutores devem ter ao passear com os bichanos
O risco de contaminação é alto e, em contato com a pele das pessoas, pode transmitir a giárdia, provocando fortes diarreias (ver arte). Uma série de zoonoses podem ser contraídas só por pisar, distraidamente, numa dessas “armadilhas”. O contato pode ter consequências ainda mais sérias se atingir crianças pequenas, que têm o sistema imunológico mais fraco que o dos adultos.
O trâmite na Câmara deverá durar 60 dias e, para se tornar lei, terá que receber parecer favorável do Executivo, último poder a sancionar e regulamentar a medida. O dinheiro arrecadado com as multas irá para o Hospital Veterinário do Recife.
Enquanto a lei não existe, a própria população toma iniciativas. Na praça Campo do 15, nos Torrões, Zona Oeste, placas proibindo a entrada de cachorros foram espalhadas em pontos estratégicos do lugar pelos moradores. Logo no acesso principal é possível avistar uma. A ideia, conta um dos moradores do local, Jaidson de Souza, 49, é evitar que a praça se torne um sanitário de cachorro a céu aberto. “Mas, as pessoas não respeitam. Ao contrário do dito popular, pisar em cocô não traz sorte. Traz é micróbio.”
A beagle Sofia passeia diariamente no Campo do 15 com sua dona, a estudante Maria Eduarda Costa, 27. Mesmo com as placas “anti-cachorro”, é este o lugar mais próximo de sua casa. Mas, ao contrário dos demais, Maria Eduarda leva sempre uma sacola plástica para recolher as “obras” de Sofia. “Recolher o cocô é simples, mas não fazem isso no Recife. Se virar lei, as pessoas passarão a obedecer, porque vai pesar no bolso” analisa.