Vereadores de BH já miram vagas na ALMG ou na Câmara Federal

Vereadores de BH já miram vagas na ALMG ou na Câmara Federal

Apesar de estarem há apenas cinco meses no Legislativo municipal, parlamentares de BH já pensam em disputar vaga na Assembleia Legislativa ou na Câmara dos Deputados em 2018

 

Pouco mais de cinco meses depois de tomarem posse na Câmara Municipal, vereadores de Belo Horizonte já estão de olho nas eleições do ano que vem. As negociações para a disputa aos cargos de deputado federal e estadual estão a todo vapor. Pelo menos um quarto dos 41 parlamentares admite candidatura, entre eles novatos que acabam de assumir o mandato. Um dos veteranos que almeja cargos mais altos é o vereador Wellington Magalhães (PMN) – ex-presidente da Câmara, ele estava afastado por causa de investigação sobre fraude em licitações na Casa Legislativa.

Eleito pela primeira vez na Câmara de BH, Jair di Gregorio (PP) vai disputar uma vaga na Assembleia Legislativa e não acredita ser prematura a mudança de cargo. Nas eleições de 2014, ele ficou como primeiro suplente e agora quer tentar de novo ingressar no Legislativo estadual. “Acredito que o deputado nada mais é do que um vereador melhorado. Vou atuar nas demandas de Belo Horizonte do mesmo jeito”, afirma.

Di Gregorio cita os exemplos dos deputados federais Luis Tibé (PTdoB) e Marcelo Álvaro Antônio (PR), eleitos para a Câmara dos Deputados dois anos depois de assumirem a cadeira de vereador. Também novata na Câmara Municipal, a vereadora Nely (PMN) vai concorrer a uma vaga na Assembleia. “Existe a necessidade de maior participação da mulher na política. Precisamos ocupar mais espaços”, afirma. A ironia é que, se sair da Câmara, quem ocupará a vaga de Nely será um homem. Atualmente, a Casa Legislativa conta com quatro vereadoras.

Com seis meses de mandato, o estreante Catatau da Itatiaia (PSDC) não tem dúvida de que é hora de apostar num cargo mais alto. O parlamentar vai se candidatar a deputado federal. “Meu nome é muito forte. Chegou a hora do novo. O resto lá é só ‘porqueira’”, diz. Outro novato que cogita migrar de Casa Legislativa é o vereador Fernando Borja (PTdoB), que estuda sua candidatura a deputado estadual.

Em seu primeiro mandato, o radialista Álvaro Damião (PSB) está sendo sondado pelo partido para concorrer nas eleições de 2018. O vereador ficou entre os 10 mais votados na Câmara, com mais de 10 mil votos. “Existe a possibilidade, mas tem que ser estudada pelo grupo que trabalha comigo. Eu não trabalho sozinho”, diz. Pesa contra a candidatura dele o fato de outros dois radialistas da Rádio Itatiaia, Mário Henrique Caixa (PV) e João Vítor Xavier (PSDB), já serem deputados estaduais.

Juarez Rodrigues/EM/DA Press

VETERANOS Apesar do desgaste político que vem sofrendo desde o fim do ano passado, o vereador Wellington Magalhães (PTN), que chegou a ser afastado do cargo por causa de investigação que apura fraude em processo licitatório da Câmara, planeja voar alto na política. O ex-presidente da Câmara Municipal vai disputar as eleições de 2018, mas ainda não decidiu o cargo. “Vai ser deputado estadual ou federal”, diz. Ele e a irmã, Arlete Magalhães, deputada estadual pelo PV, ainda estão decidindo qual dos dois

O vereador Gilson Reis (PCdoB) vai disputar o cargo de deputado estadual. Nas eleições de 2014, ele já havia tentado uma cadeira na Assembleia Legislativa. Outros aventam a possibilidade, mas mantém a cautela. O vereador Reinaldo Gomes (PMDB), conhecido como Preto do Sacolão, está esperando o desenrolar da reforma política para se decidir. “Vou esperar setembro para ver se o distritão vai passar. Acho o distritão um retrocesso para a democracia”, afirma.

Confiante de que as turbulências em Brasília podem favorecer sua candidatura, o vereador Elvis Côrtes (PSD), em seu segundo mandato, almeja uma vaga na Câmara Federal “Tenho convicção que Brasília está precisando de gente nova”, ressalta.

No rastro dos antepassados

 

Eleito o vereador mais novo na história de Belo Horizonte, Doorgal Andrada (PSD), de 24 anos, assumiu sua cadeira na Câmara Municipal há cinco meses e já pensa nos próximos passos na política, que corre no sangue da família. Ele será candidato a deputado estadual nas eleições de 2018 e pretende ocupar na Assembleia Legislativa o lugar que hoje pertence ao tio, Lafayette Andrada (PSD). A família já está no poder ininterruptamente há quase 200 anos, desde os tempos do Brasil Império.

A tradição começou com José Bonifácio de Andrada e Silva (1763-1838), considerado o Patriarca da Independência e personagem decisivo para a ruptura com Portugal. De lá para cá, os Andrada estiveram presentes em 55 legislaturas, segundo Doorgal. Caçula entre os políticos, Doorgal é o único da oitava geração da família que entrou para a política. Até hoje, só homens do clã entraram para a vida pública. “Não conto com o mérito dos antepassados, não. Meu gosto pela política veio mais com o curso de direito”, afirma o vereador, que ainda está concluindo a graduação.

Sobre a candidatura a deputado estadual, ele não considera uma decisão precoce. “Me sinto preparado para assumir uma representação em âmbito estadual”, afirma. Mas ele confessa que só se sentiu à vontade para encarar novo pleito porque o tio Lafayette vai disputar a Câmara dos Deputados. Isso porque o deputado federal Bonifácio de Andrada (PSDB), avô de Doorgal e pai de Lafayette, que está na Câmara desde 1979, concorrerá ao Senado. Os Andrada também ocupam ou ocuparam posições de destaque no Executivo, Judiciário e Ministério Público. O vice-procurador geral da República, José Bonifácio Borges de Andrada é tio do vereador. Doorgal é filho do desembargador Doorgal Gustavo Borges de Andrada, e sobrinho do ex-prefeito de Barbacena Antônio Carlos Andrada.

 

FONTE (EM.COM.BR)

UVB - União dos Vereadores do Brasil