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Especialista em sustentabilidade destaca a importância da Agenda 2030 e da COP30 no Brasil

O Brasil está no centro das discussões globais sobre sustentabilidade, com destaque para a Agenda 2030 da ONU e a realização da COP30, que acontecerá em Belém, em novembro de 2025. Em entrevista ao podcast do Instituto Sustentabilidade Brasil, o Professor Doutor César Albenes de Mendonça Cruz, referência nacional no tema, trouxe reflexões sobre os 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) e o papel do país na luta contra as mudanças climáticas.

César Albenes, pesquisador e ativista, destacou a relevância da Agenda 2030, lançada em 2015, que estabelece metas globais para enfrentar desafios como pobreza, desigualdade, mudanças climáticas e degradação ambiental. Ele mencionou o 18º ODS, proposto no Brasil durante o G20 no Rio de Janeiro, em março de 2025, focado em questões étnico-raciais, como a proteção de indígenas e da população negra.

“É um tema que dialoga com a realidade brasileira, abordando desigualdades históricas”, afirmou.A COP30, segundo o professor, será um marco histórico. “Estamos falando de um evento com mais de 55 mil pessoas de cerca de 100 países discutindo soluções para a crise climática”, explicou.

Ele destacou que as conferências da ONU, iniciadas com a Rio 92, trouxeram avanços, como o conceito de desenvolvimento sustentável, que une crescimento econômico, preservação ambiental e justiça social. No entanto, alertou para a urgência de ações concretas. “As mudanças climáticas já causam escassez hídrica, aumento de temperaturas e desastres como as enchentes no Rio Grande do Sul e no sul do Espírito Santo.”

César também criticou a lentidão de alguns municípios brasileiros, incluindo os do Espírito Santo, em aderir ao projeto “Meu Município pelos ODS”, do Governo Federal, que incentiva a implementação local da Agenda 2030. “Nenhum município capixaba assinou ainda. Precisamos que prefeitos e vereadores se engajem”, enfatizou.

Ele destacou iniciativas locais, como o pacto estadual pelos ODS, coordenado por instituições como o Ministério Público e o Tribunal de Contas, que posicionam o Espírito Santo como pioneiro.O especialista defendeu a importância da educação para a sustentabilidade, sugerindo que ações nas escolas podem engajar as novas gerações. “Quando uma criança leva o tema para casa, ela transforma a família”, disse.

Ele também elogiou empresas que adotam práticas sustentáveis, como relatórios de impacto ambiental e social, e criticou a falta de logística reversa no Brasil, prática comum na Europa para o descarte responsável de produtos.Com otimismo, César acredita que o Brasil pode liderar a preservação ambiental global.

“Temos biomas como a Amazônia e a Mata Atlântica. Apesar da destruição, há exemplos de recuperação, como o projeto de Sebastião Salgado em Aimorés”, destacou. Ele convidou a sociedade a se mobilizar: “A COP30 será uma vitrine para mostrar ao mundo o que o Brasil faz de melhor. É hora de cooperar, não de competir.”

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