Sumaré/SP-Câmara municipal cria o dia Marielle Franco contra o genocídio da mulher negra

Sumaré/SP-Câmara municipal cria o dia Marielle Franco contra o genocídio da mulher negra

Proposta do vereador Ulisses Gomes foi aprovada por unanimidade na sessão ordinária de terça-feira, na Câmara Municipal

O calendário oficial de eventos de Sumaré ganhará o Dia Marielle Franco, na luta contra o genocídio da mulher negra. A data será lembrada anualmente no dia 14 de março, data em que a vereadora do Psol e o motorista Anderson Gomes foram assassinados, vítimas de uma emboscada, no Rio de Janeiro. A iniciativa de se criar um dia em homenagem a Marielle foi do vereador Ulisses Gomes (PT) por meio do Projeto de Lei nº 305/2022, aprovado por unanimidade com 20 votos favoráveis na sessão ordinária de terça-feira (14).

Conforme o texto do PL, que ainda passará por sanção do Executivo, o Dia Marielle Franco poderá ser celebrado com a realização de palestras, seminários, exposições, atividades e eventos de visibilidade em Sumaré. As Secretarias Municipais de Saúde, de Cidadania, de Inclusão, Assistência e Desenvolvimento Social, de Cultura e Lazer, e as demais que o Poder Executivo assim designar, poderão desenvolver meios para a realização do evento.

“Vale recordar que a violência contra as mulheres, sobretudo as negras, infelizmente, não para de aumentar, e a pandemia do Coronavírus intensificou ainda mais esse quadro”, destaca Ulisses Gomes. O vereador cita que a pesquisa Atlas da Violência, divulgada em 2019, revela aumento de 30,7% no número de mulheres assassinadas de 2007 a 2017. Só em 2017, foram mortas 4.936 mulheres (a maior quantidade desde 2007), ou seja, cerca de catorze vidas por dia. As mulheres negras foram as mais afetadas, sendo que representam 66% de todas essas vítimas. No mesmo período, o feminicídio de negras teve um aumento de 30% (5,6 para cada grupo de 100 mil mulheres), ao passo que o de não negras cresceu 1,6% (3,2 para cada grupo de 100 mil).

“O crescimento bastante superior da violência letal contra mulheres negras evidencia a dificuldade encontrada pelo Estado brasileiro para desenvolver políticas públicas específicas e necessárias ao grupo racial mais atingido”, analisa o vereador.

O PL que cria o Dia Marielle Franco assegura a participação da sociedade civil, entidades médicas, faculdades e universidades, empresas privadas e imprensa na realização dos eventos, bem como, na doação de recursos e patrocínios.

UVB - União dos Vereadores do Brasil