Congresso promulga PEC que assegura piso salarial da enfermagem
— 15/07/2022Proposta foi aprovada, em segundo turno, na noite dessa quarta (13/7), na Câmara dos Deputados
A proposta foi aprovada, em segundo turno, na noite dessa quarta (13/7), na Câmara dos Deputados. Antes, a matéria havia passado pela Comissão de Constituição de Justiça (CCJ) em 20 de junho.
Avalizada pelos senadores no início deste mês, o texto busca aperfeiçoar o PL aprovado pelo Congresso Nacional, cuja votação foi concluída no início de maio. A proposta é de autoria da senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA) e foi relatada em plenário na ocasião pelo senador Davi Alcolumbre (União-AP).
O objetivo da PEC é constitucionalizar a instituição do piso para a categoria. Por meio da proposta, os parlamentares asseguram que o patamar mínimo remuneratório deverá ser observado por pessoas jurídicas de direito público e de direito privado.
desse direito, constitucionalmente assegurado, estamos nos manifestando pela constitucionalização da PEC”, explicou Alcolumbre em seu relatório.
De acordo com os senadores, pouco adiantaria a aprovação do piso, mediante norma ordinária, se ele apresentasse risco de suspensão pela Justiça, sob pretexto de vício de iniciativa. “A ideia, em suma, é não frustrar essas categorias, principalmente os servidores públicos da saúde”, enfatiza o relator no parecer.
Impasse
Em 4 de maio, a Câmara dos Deputados aprovou o projeto de lei que estabelece um piso salarial nacional para enfermeiros no valor de R$ 4.750 mensais. A proposta, uma vez que há havia sido aprovada no Senado, foi para sanção do presidente Jair Bolsonaro (PL). A redação tem autoria do senador Fabiano Contarato (PT-ES).
O projeto também prevê melhorias salariais aos técnicos de enfermagem. A categoria, segundo a proposta, receberá mensalmente, pelo menos, 70% do valor referencial definido pela matéria (R$ 3.325). Auxiliares de enfermagem e parteiras, por sua vez, receberão 50% do piso de R$ 4,7 mil (R$ 2.375).
Ainda há, porém, um impasse envolvendo a viabilidade da adoção do piso salarial, no que diz respeito à fonte de custeio, em especial na esfera pública.
O governo federal calcula, por exemplo, um impacto no orçamento na ordem de R$ 23 bilhões em 2022 e de R$ 24,9 bilhões em 2024. Pelos cálculos da Câmara, os recursos necessários são menores, chegando a R$ 16 bilhões.
Valor reduzido
O valor aprovado pelo Senado é abaixo do sugerido na redação inicial da matéria. Em primeiro momento, Contarato defendeu um piso no valor de R$ 7.315 para os profissionais de enfermagem. O valor, contudo, foi considerado elevado por outros senadores, que apresentaram emendas sugerindo a redução do vencimento.
Um dos parlamentares que apresentaram contrapropostas ao texto do senador do PT foi Carlos Portinho (PL-RJ). O liberal sugeriu que o piso fosse fixado em R$ 3,5 mil.
Para construir um consenso em torno da matéria e para conseguir o apoio necessário a aprovação, a relatora da matéria no Senado, Zenaide Maia (Pros-RN), apresentou um substitutivo, que fixou o valor em R$ 4.750.