Vereador de Maricá-RJ morreu ao tentar defender o filho, diz polícia

Vereador de Maricá-RJ morreu ao tentar defender o filho, diz polícia

As primeiras informações obtidas pela Delegacia de Homicídios de Niterói e São Gonçalo (DHNSG), que investiga o assassinato do vereador de Maricá Ismael Breve de Marins (DEM), de 58 anos, e de seu filho, o advogado Thiago André Marins de Marins, de 33, dão conta de que o alvo dos criminosos era o filho e não o vereador. Apurações iniciais feitas pela DH revelaram que dois bandidos armados com uma pistola e um revólver arrombaram a porta da cozinha da casa e estavam indo na direção do quarto de Thiago, quando o vereador saiu em defesa do filho.

– Inicialmente, podemos dizer que o vereador foi defender o filho e entrou em luta corporal com os assassinos. E foi atingido por um tiro na cabeça à queima-roupa. A sobrevivente, mulher do vereador, será levada para a DH para ser ouvida – informou o delegado Leonan Calderaro, da DHNSG.

O delegado Leonan Calderaro , da DHNSG, disse que o corpo do filho do vereador tem marcas de de quatro a seis tiros e o do vereador, três tiros, sendo um na cabeça. Thiago tinha uma arma registrada em casa. Era divorciado e deixa uma filha de 3 anos.

O vereador, que tinha como objetivo ser prefeito de Maricá, morava próximo a vários parentes que são pescadores na Lagoa de Araçatiba. Ele e a família viviam numa casa humilde em frente à lagoa, na Rua Agripio Luiz da Costa, no bairro Zacarias, em Maricá. De acordo com o advogado Uilton Viana, ex-cunhado do vereador morto, o parlamentar trabalhou em seu escritório de advocacia e também na legalização de imóveis na cidade mesmo sem possuir registro no Conselho Regional de Corretores de Imóveis (CRECI) antes de ser eleito para Câmara Municipal.

Prima e cunhada do vereador assassinado, a pescadora Arceni Marins, de 62 anos, disse que o sonho de Ismael era ser prefeito de Maricá:

– Ele pensava em ser prefeito, mas foi impedido disso. Eu moro do lado da casa dele, mas não escutei os tiros, pois meu quarto fica bem separado. Quando meu filho me contou o que tinha acontecido, eu não acreditei, como até agora não estou acreditando. Pois ele era uma pessoa maravilhosa. Meu cunhado sempre foi meu amigo. Ele era uma pessoa do povo, ia em qualquer lugar. E ajudava todo mundo. Nunca comentou ter problema com ninguém.

Outro primo do vereador, o pescador aposentado Vilson Francisco Correa, disse que Ismael vinha tentando ajudar a comunidade local numa briga que se arrasta há anos:

— Eu não devo suspeitar de nada. É a polícia quem vai apurar. Mas vivemos aqui uma disputa territorial que já dura décadas.

Em nota, Cesar Maia, presidente do DEM, partido do vereador, lamentou a morte do parlamentar e pediu que os culpados sejam identificados:

““Brutalmente assassinados, o vereador do DEM Ismael Breve e seu filho Thiago Marins são duas vidas a mais na galopante escala de crimes ocorridos recentemente na cidade de Maricá.

É tempo de mais política, mais diálogo, mais conversa… menos violência, menos desencontros.

A política precisa de entendimentos e não de atos definitivos e covardes como esses.

O Democratas/RJ se solidariza com familiares e amigos nesse momento de dor e incerteza.

Que a polícia investigue e chegue aos culpados”.

A Prefeitura de Maricá informou que decretou luto oficial pela morte do vereador. Na nota, a administração municipal afirmou que a cidade não é o espaço da barbárie, mas da convivência pacífica e construtiva. “O vereador Ismael Breve era um agente público interessado e compromissado com a melhoria da qualidade de vida da população. Sua morte trágica, tanto quanto a de seu filho, Thiago Marins, enluta e revolta a todos os que, com eles, pensavam na vida parlamentar a serviço daqueles mais necessitados”.

Leia a íntegra da nota

“A Prefeitura de Maricá vem a público expressar sua indignação e revolta com esse lamentável episódio de violência na cidade. O vereador Ismael Breve era um agente público interessado e compromissado com a melhoria da qualidade de vida da população. Sua morte trágica, tanto quanto a de seu filho, Thiago Marins, enluta e revolta a todos os que, com eles, pensavam na vida parlamentar a serviço daqueles mais necessitados.

A Prefeitura reafirma a necessidade das autoridades policiais de darem respostas imediatas e elucidar os fatos que motivaram tal brutalidade.

O prefeito Fabiano Horta (PT) e todo o governo reafirmam seu compromisso de luta por justiça e paz e expressam suas profundas condolências à família Marins. Que Deus conforte a todos.

A Prefeitura de Maricá decreta luto oficial. Maricá não é o espaço da barbárie, mas da convivência pacífica e construtiva.”

fonte:www.fonte:ww.extra.globo.com

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