Crise brasileira: O povo não pode pagar a conta sozinho

Crise brasileira: O povo não pode pagar a conta sozinho

O povo não pode pagar a conta sozinho.

O Governo Federal anuncia uma série de medidas de ajuste fiscal que irão impactar no bolso dos trabalhadores, das donas de casa, dos jovens estudantes, dos que recebem o bolsa família, dos empresários, dos aposentados, enfim, de todos.

A demora em admitir que a crise econômica estivesse batendo a nossa porta fez com ela que chegasse com muita força, desacelerando rapidamente a economia e o desenvolvimento do país. Atingiu o cidadão num golpe só.

O Governo Federal não fez a sua parte. Escondeu a crise por conta de uma campanha eleitoral e agora busca de todas as maneiras encontrar meios de estabilizar a economia estancar o crescimento da dívida pública que bate recordes, mas por enquanto quem esta pagando a conta são os trabalhadores, aposentados e os empresários. O governo não está fazendo a sua parte de novo.

Ao apresentar a ideia de uma nova CPMF e aumentar as taxas de juros, o governo federal não ouviu a sociedade e muito menos o clamor das ruas que deseja um governo mais transparente e próximo da cidadania.

O povo não pode pagar a conta sozinho sem o governo fazer sua parte.

Somos um dos países que mais pagam impostos no mundo, temos uma máquina administrativa muito pesada e inoperante que não consegue dar respostas à sociedade.

O país vive um caos na saúde, educação e no desenvolvimento. As reformas estruturantes não saem do papel e qualquer manifestação contrária é intitulada por “golpe” por parte dos integrantes do governo federal.

A crise chegou com força. O governo federal têm a obrigação de fazer o dever de casa, enxugando o tamanho da máquina administrativa de uma vez por todas.

Precisamos diminuir o tamanho da União e pensar mais nos Estados e Municípios. Não dá para admitir de que 60% da arrecadação nacional vai para a União, 25% para os Estados e o Distrito Federal e somente 15% para os mais de 5.570 Municípios.

Precisamos urgentemente de um novo pacto federativo para recolocar o país nos trilhos do desenvolvimento social e econômico. Refazer a divisão do bolo tributário, diminuindo da União e aumentando os recursos para os Estados e principalmente aos Municípios, pois a vida acontece nos Municípios.

Diminuir o tamanho da máquina pública é essencial. Não cabe um governo ter mais cargos em comissão do que, por exemplo, toda a população de um município como Encantado no Rio Grande do Sul que tem 21 mil habitantes. O governo federal tem diretamente perto de 22 mil cargos em comissão, chamados CCs e indiretamente falam em mais de 100 mil cargos. Também não tem cabimento nosso país ter 39 ministérios e mais de uma centena de órgãos e secretarias inoperantes que sugam mensalmente o dinheiro do cidadão brasileiro.

O custo Brasília é muito pesado para os brasileiros. Esta na hora de dar um basta. Precisamos de menos União e mais Estados e Municípios.

Temos que acabar com privilégios de alguns setores públicos que estão muito além da realidade brasileira. Poucos ganham muito enquanto que muitos ganham pouco.

O Congresso Nacional deve revisar e acabar com esses privilégios que desfalcam os cofres públicos baseados em leis e direitos adquiridos. O Brasil é um país de direitos e estes muitas vezes, podem ser chamados tranquilamente de privilégios. Precisamos de um país que seja justo em seus direitos e deveres e fundamentalmente que seja justo com quem paga a conta, ou seja, com o povo.

A estabilidade no emprego público deveria ser revista com coragem. Toda a regra deve ter a exceção, pois não cabe mais um servidor ao passar num concurso público adquirir um emprego vitalício. Sim emprego vitalício camuflado de estabilidade no emprego na forma da lei.

Muitas são às vezes em que a população e os governos ficam reféns de funcionários que se tornam inoperantes, com má vontade na prestação do serviço público, com pouca eficácia e baixa produtividade e que pelas leis atuais e generalizadas, nada poderá ser feito, pois, a lei os protege. Na iniciativa privada muitos não teriam mais seus empregos. Os tempos são outros e as relações de trabalho no serviço público precisam e devem evoluir em favor do povo e não das categorias.

O momento é propício para nos reinventarmos, para tomar decisões maduras de um estado mais enxuto e mais operante em favor do cidadão. Não a adoção da CPMF e de aumento dos tributos ou taxas e sim um reequilíbrio nas contas públicas a partir de reformas administrativas com enxugamento da máquina pública, reformas estruturantes especialmente para acabar com privilégios de algumas categorias, um novo pacto federativo com nova divisão do bolo tributários, repassando mais  recursos financeiros aos Estados e Municípios, aos invés de somente mais obrigações, repactuar os projetos sociais buscando contra – partidas dos beneficiados, acabar com auxilio reclusão e sim fazer o presidiário trabalhar para o governo a fim de pagar seu custo de manutenção, valorizar o poder de comprar do trabalhador, são algumas das ações que entendemos necessárias ao país.

O povo é solidário, mas espera uma ação enérgica contra os privilégios e a boa vontade do governo federal  para resolver os problemas que assolam o desenvolvimento do Brasil.

 

Gilson Conzatti

Presidente da UVB

UVB - União dos Vereadores do Brasil