ARTIGO: FAZER, SIM, A DIFERENÇA
— 30/11/2018Por Silvia Melo
Dias atrás divulguei o convite que recebi para uma palestra, cujo público é de cem mulheres, de Itanhaém, litoral sul paulista, dispostas a participar da vida pública.
Thelma Meirelles, integrante do GCSM Mulher, do qual eu pertenço, cumprimentou-me gentilmente falando sobre “fazer a diferença”, o que me motivou a construção de um novo texto.
Fazer, sim, a diferença, deve ser inegavelmente um objetivo de todas as mulheres. E esse é um tema desafiador, porque ainda lutamos contra o preconceito, contra a diferença imposta pela sociedade entre homens e mulheres, sem contar o desnível nas oportunidades profissionais, no desequilíbrio de participação nas decisões na sociedade e, mesmo, em família.
Esse problema não está somente nas culturas arcaicas e medievais, está na atualidade, principalmente no erotismo publicitário, na violência contra nós (por ações, gestos, agressões física e moral), e, infelizmente, para tristeza geral, na acomodação de muitas mulheres que aceitam passivamente essa discriminação.
Vendo esses padrões, escolho a opção de ajudar a construir a mudança, procurando trabalhar por uma sociedade de mulheres dispostas a servir na vida pública, em seus municípios.
O que foi do passado, pertence ao passado. Expulsar essa discriminação, com ações e gestos, deve ser o nosso propósito, a nossa missão, um desafio que devemos enfrentar e vencer. Não podemos secar o oceano, mas podemos ir limpando a água.
Hoje podemos comemorar – como nossa – as presenças vitoriosas de Mara Gabrilli, no Senado Federal e de Célia Leão na Secretaria de Estado dos Direitos da Pessoa com Deficiência. Ambas, exemplos de superação.
Mara, que provoca uma mudança física total no plenário do Senado Federal, e Célia ativista que jamais abandonou a defesa das pessoas, vitimadas por acidentes que limitaram seus corpos, mas jamais a esperança na construção de um mundo melhor, que sempre demonstraram.
Esse deve ser o nosso papel, deve ser o nosso caminhar. Afinal somos 51,6% da população brasileira, embora apenas 10% nos Parlamentos.
O profeta Daniel, um personagem bíblico citado no Antigo Testamento ensina que os que tiveram ensinado a muitos o caminho da verdadeira sabedoria, brilharão como as estrelas do céu.
“É preciso coragem para ser diferente. E muita competência para fazer a diferença.”
Silvia Melo
Jornalista
Diretora de Comunicação da UVESP
Diretora da WLS Produções
Blogueira do Andando Por Aii