O presidente da União dos Vereadores do Brasil – UVB, Gilson Conzatti,participou na quinta-feira(10) de atividades da XXII Conferência Nacional de Legislativos Estaduais – CNLE, que acontece em Gramado, na Serra Gaúcha.
Conzatti assistiu a apresentação dos desafios e propostas para o futuro do Brasil, que foram apresentados pelos pré-candidatos à presidência do Brasil Manuela D`Ávila (PcdoB-RS), Álvaro Dias (Podemos-PR), Ciro Gomes (PDT-CE), Guilherme Boulos (Psol-SP) e Henrique Meirelles (MDB-GO) durante o painel “Panorama Político Nacional”, que integrou a programação da 22ª Conferência Nacional da Unale. O formato do painel, mediado pela jornalista da RBS, Rosane de Oliveira, possibilitou um dos primeiros debates entre os pré-candidatos para as eleições de 2018 e mostrou as ideias centrais dos programas de governo de cada um dos postulantes.
Falando para um público formando, essencialmente, por deputados e servidores das Assembleias Legislativas, mas também por delegações internacionais, autoridades e estudantes, Manuela D`Ávila defendeu maior autonomia dos estados brasileiros. “Os governos estaduais precisam de mais autonomia. A saída da crise brasileira passa pela desconcentração de recursos na União. O governo federal não pode achar que consegue resolver tudo sozinho”, disse. Manuela, que é deputada estadual, destacou que essa concentração de poder na União, além das desigualdades de renda e de gênero a motivaram a disputar essas eleições.
O senador Álvaro Dias, destacou que este momento é crucial para o futuro do Brasil. Segundo ele, essas próximas eleições serão as mais importantes desde a redemocratização. “Os ventos da mudança sopraram em 2013 com a série de manifestações pelo Brasil. Esse vento alcançou o Poder Judiciário, a polícia e chegou à classe política de mais maneira mais forte ainda agora. Precisamos refundar a República, hoje baseada na corrupção e na incompetência, e essa refundação vai acontecer quando formos todos iguais perante a lei. Ou nós mudamos, ou seremos atropolados”, afirmou.
A necessidade de mudança foi tema central também da fala de Ciro Gomes, para quem o Brasil precisa ser posto em uma perspectiva de mudança radical de estrutura. Para corroborar essa tese, o debatedor apresentou números e estatísticas alarmantes nas áreas de segurança pública, desemprego e informalidade da economia. Essa mudança, entretanto, tem que obedecer, de acordo com Ciro Gomes, a determinadas premissas ideológica, entre elas, a da solidariedade com as causas dos mais pobres. “Não é papel do mercado resolver esses problemas. É tarefa da mão do Estado promover equidade”, disse.
O presidenciável apresentou duas agendas básicas de seu programa: a reativação da economia com a reestruturação da indústria e a restauração moral da política. “Quem manda no país não é o Judiciário nem o Ministério Público. Quem manda são as pessoas, pelas mãos dos seus representantes”, disse.
A crítica a judicialização no país foi reafirmada também pelo pré-candidato Guilherme Boulos. Para ele, o poder judiciário não pode se colocar à frente do voto popular. “Vivemos uma crise ética e de representação. O sentimento de falta de alternativa é geral nas ruas do país”. Ainda de acordo com Boulos, a crise de representação não é por acaso, pois há uma distância muito grande entre os eleitores e seus representantes. Ele defendeu que as pessoas sejam trazidas para o centro do debate e das decisões e ressaltou a necessidade de investimento público para ajudar o Brasil a sair da crise econômica. “Meu compromisso é com a revogação da PEC do teto de gastos. Temos que voltar com os investimentos para retomarmos o crescimento econômico”, disse.
Conhecido por suas ideias neoliberais, o pré-candidato Henrique Meirelles, defendeu o argumento diametralmente oposto. Para ele, que até há pouco tempo foi ministro da Fazenda, o plano básico é retomar o crescimento econômico através da austeridade fiscal. Segundo Meirelles, o Brasil precisa continuar cortando gastos até eliminar o déficit. “Na medida em que se elimina o déficit, podemos investir mais nos serviços básicos para a população”.
O ex-ministro finalizou sintetizando duas ideias básicas: assegurar o crescimento econômico, com controle fiscal e de inflação e como consequência melhorar a arrecadação para estados e municípios.
A segunda parte da participação do presidente da UVB, foi assistir a história do goleiro da chapecoense Jakson Follmann.
Um grande exemplo de superação. Assim pode ser definida a história do ex-goleiro do Chapecoense Jakson Follmann, um dos seis sobreviventes do voo que levava a delegação do time catarinense à Colômbia, para disputar a final da Copa Sul Americana no final de 2016. Com um sorriso no rosto e um olhar cheio de esperança no futuro, o hoje embaixador da Chapecoense contou seu drama e seu recomeço nesta quinta-feira, 10, em um bate-papo promovido dentro da programação da 22ª Conferência Nacional da Unale.
A cerca de um ano e meio, após sobreviver à queda do avião que vitimou 71 pessoas, Follmann descobriu, ainda no hospital na Colômbia, que havia perdido uma das pernas e que sua carreira no futebol fora, então, muito precocemente encerrada. Em vez de lastimar, o ex-goleiro só agradeceu a Deus pelo milagre que recebera. Uma segunda chance.
Essa nova oportunidade está sendo muito bem aproveitada. Além do trabalho desenvolvido dentro da Chape, o ex-atleta atua em uma clínica ortopédica em Chapecó-SC. Seu trabalho é receber e conversar com os novos pacientes que vivem situações parecidas com a que viveu. É uma forma de motivar e levar esperança aos pacientes.
O ex-atleta conta que o contato com outros pacientes amputados, ainda na clínica em que se tratou em São Paulo, foi muito importante. “Foi muito bom conhecer outras pessoas que tiveram membros amputados. Cada um tem uma história diferente e você descobre que o seu problema não é o maior do mundo”.
O bate-papo promovido pela Unale foi intermediado pelos deputados Alencar da Silveira Jr. (PDT-MG), Kennedy Nunes (PSD-SC) e Ivana Bastos (PSD-BA). Além de deputado, Alencar da Silveira foi presidente do América Futebol Clube, de Minas Gerais, e como dirigente esportivo, quis saber como foi para o ex-atleta ter que interromper uma carreira precocemente depois de tanto sacrifício para chegar onde estava. “Vivi momentos muito bons no futebol. Tive a oportunidade, por exemplo, de jogar com o Dida, no Grêmio, que era meu ídolo desde criança. Por isso, tenho só que agradecer. Não posso reclamar de nada”, disse o ex-goleiro, que agora faz curso de gestão na CBF, com o objetivo de continuar atuando no futebol, mesmo fora de campo.
Com muitos projetos para o futuro, o Follmann disse que hoje só com uma perna consegue chegar muito mais longe do que chegava quando tinha as duas pernas. “Estou em um momento de aprendizado e buscando novos caminhos. Recomeçar foi muito difícil porque sabia que muitas vidas foram perdidas no acidente. Mas a gente nasce sem nada e morre sem nada. Por isso, vou seguir sempre de cabeça erguida.
Gilson Conzatti, também se encontrou com o conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do RS, Alexandre Postal, com o diretor da UNALE, Germano Stevens, o diretor da Associação Gaúcha de Municípios -AGM, Rafael Fontana e o chefe de gabinete do deputado estadual Ciro Simoni, Fábio Rolin Medeiros.
A XXII CNLE iniciou dia 09 e segue até 11/05.